Eu imploro...

Essa postagem não é recomendada para menores de 16 anos, pois possui conteúdo de vocabulário agressivo. Crianças, por favor, passem a próxima postagem.

 (Amanda, ô menor de idade do grupo, a leitura está por sua conta, viu?! Não me responsabilizo)


Após terem sido desabrigados da casa que Richard lhes conscedera Evelyn e Philippe votaram ao seu antigo abrigo. Afastado, o velho casebre semi-destruido servia como a mais perfeita moradia para os dois moradores de rua. Entretanto aquela noite parecia ter algo mais que apenas estrelas em um céu limpo de uma primavera que ascendia.

O vento frio daquela noite estremeceu a espinha. O vento tinha um cheiro que Evelyn não conseguiu descrever, mas ele cantava, ele envolvia tão gélido e penetrante que a alma estremeceu.
- O que houve, Eve?
 - A noite... ela está fria...
- Você acha? A gente pode fazer uma fogueira!

Philippe gostava de cuidar de Evelyn. Ofereceu a ela algumas frutas, mas ela recusou. Apesar de tudo o garoto sentia-se feliz. Ela deixava ele ajudar nos bicos que pegava para conseguir comida e ração. E esse sentimento de trabalho em equipe lhe animava. Olhou para os céus e agradeceu a Deus e Nossa Senhora por terem colocado a garota em seu caminho. Enquanto a menina estava distraída, Philippe chamou Daiana com um aceno e saiu. A vantagem dos akitas era que eles se assemelhavam aos lobos, sempre extremamente silenciosos. Um akita só late para avisar alguma coisa. Precisava pegar madeira para acender uma fogueira. Queria ver a cara de surpresa de Evelyn quando ele lhe mostrasse que já sabia acender uma sozinho.

Daiana começou a rosnar para um carro que havia parado na pista. Um medo tomou o conta do garoto. Deus, eu imploro. Não deixe que façam nada de mal comigo... ele orou em pensamento. Não havia um só movimento na rua. A praça também estava deserta. Antes que Philippe começasse a correr um carro parou a suas costas. Agora Daiana rosnava em alerta para os dois carros. Alguns homens começaram a circular o garoto.
- Ora... ora... o que temos aqui... uma menininha perdida...
- Eu não sou uma menina!
Eles começaram a rir
- Como é corajoso... Quero ver se você é tão corajoso contra isso aqui...

O homem começou a tirar uma arma da jaqueta enquanto os outros riam, se aprontando para a brincadeira. Philippe olhou em volta, eram cerca de doze homens, rapazes na realidade. Philippe estava gelado.
Antes que um dos homens conseguisse tirar completamente a arma, Daiana avançou em cima  de seu braço.
- Alguem tira esse animal de cima do Larry!

Um outro cara agarrou Philippe pelos cabelos ordenando que ele mandasse a cadela soltar o amigo. O menino chorava. Sentia seu coro cabeludo lutando para permanecer no lugar. O homem sacudia sua cabeça do menino quase jogando-o contra o carro. Larry gritava de dor enquanto os outros membros da gangue discutiam quem iria tirar o cachorro de cima dele. Broock, era de todos os que possuia o corpo mais robusto e forte, era branco e seus cabelos loiros eram raspados de uma forma quase militar, ele se aproximou e deu um chute tão forte na akita que Daiana caiu distante. Barney tinha aparentemente uns 23 anos, e vangloriava-se da arma que conseguira roubar de um segurança, mas algo naquela situação o deicava nevoso, não gostava de cachorros sacou a arma para atirar na cadela, mas foi interrompido por dentes fincando-se em sua pele. Como um fantasma, um vulto branco se moveu e o atacou, derrubando-o no chão.
- Larguem o garoto! - disse Evelyn surgindo por trás do carro segurando um galho de arvore.
- Nossa - disse o rapaz que parecia ser o líder do grupo fingindo uma admiração - Que noite de pessoas corajosas
- Largue o garoto ou seu amiguinho perde o braço. - E deu uma olhada para Hunter, o cachorro fincou as presas com mais força enquanto o rapaz gritava e tentava acertar o cachoro com a arma.

Philippe chorava, sua cadela jazia com o pelo marcado de vermelho à altura da barriga, ela levantou-se e começou a voltar ainda lentamente.. A bota de Brook estava manchada de vermelho. A sua frente havia uma chapa de metal com algumas pontas, em baixo relevo estava desenhado um anagrama com a letra “B”.
- Olha aqui bonequinha, nós estamos no meio de um trabalho... Tira esse seu vira lata de cima do meu amigo ou eu estouro os seus miolos, os do seu cachorro e o do seu garotinho. - Ameaçou o "lider" do grupo
- Hunter... ele é todo seu. - o cachorro avançou na garganta de Barney.

O pelo alvo era manchado de um vermelho agressivo. Chad sacou a arma e mirou no animal. Errou o primeiro tiro. Mas veio o segundo, o terceiro. Hunter já havia saído de cima de Barney e agora corria dos tiros. Evelyn usou a distração do animal para avançar em cima do garoto que segurava Philippe. Era de todos  mais jovem, e perdeu a força quando Evelyn o atingiu com o galhod e arvore an barriga. Com o golpe e acabou soltando o menino. Evelyn gritava para que Philippe corresse e ele obedeceu no impulso do medo. Daiana o acompanhou. Philippe correu até chegar a parte arborizada da praça. Escondeu-se atrás de uma árvore recuperando o fôlego. Ouviu mais alguns disparos e viu uma mancha branca sendo arremessada no ar e se chocando contra um dos postes de iluminação. A energia de alguns postes acabara caíndo o que deixava a parte arborizada da praça no mais profundo breu.

Caminhou por entre as árvores se escondendo. Daiana seguiu lhe mostrando o caminho até Hunter. O cachorro estava inconsciente, ele procurou algum ferimento e encontrou um buraco de tiro que aparentemente havia traspassado a pata do animal. De onde estava conseguia ver Evelyn brigando entre os homens e sendo rendida. O homem que parecia ser o líder se aproximou da garota e começou a falar em um tom sério.

- Me escute bem sua vadia... Eu vou ser legal. Você tem duas escolhas. Vai ficar aqui quietinha enquanto nós vamos encontrar aquele seu molequinho. Ou você vai ser um bom divertimento para todos aqui essa noite e eu desisto de enfiar na bunda daquela garotinha medrosa. Se você fugir, nós vamos atrás dele, se você ficar e gemer bem gostoso enquanto eu enfio o cano da minha arma em você, a gente deixa o teu moleque em paz e vai atrás de vai atrás de um outro moleque pra terminar nosso serviço...

Philippe ficou desesperado ao ver Evelyn no meio da rodinha que eles formaram. Alguns abaixaram as calças e começaram a acariciar seus membros enquanto os outros implicavam com garota, puxando o cabelo, a roupa ou lhe cutucando meio que num ritual até ver quem começaria a brincadeira.  Philippe correu, correu o mais rápido que pôde até encontrar uma viatura policial parada em uma espécie de lanchonete.

 Haviam dois policiais no local. Um já mais idoso e outro bem mais jovem. Nervoso e em desesperado, Philippe explicou toda a situação aos policiais. O mais experiente não alterou as feições até Philippe descrever fisicamente os homens e os carros. - Desculpe garoto, mas nós estamos num caso agora. Logo que terminarmos iremos ao local.- O policial mais jovem parecia chocado, primeiramente, pela descrição que o menino dera e em segundo, pela atitude de seu superior.
- Mas senhor...
- Escute aqui Benjamin, esses garotos já são conhecidos. Todos são filhos de gente importante. Advogados e até mesmo gente que manda na nossa cabeça. Todos que tentaram fazer algo contra esses meninos foram massacrados pelos pais deles. Então escute filho, você não vai querer perder sua carreira por uma menina que nem família tem para cuidar dela. Agora vamos...

Enquanto o policial mais velho foi pagar a conta, o outro foi até Philippe e lhe entregou um papel.
- Aqui, vá para esse endereço. Vou mandar alguém para ajudar vocês... É o máximo que eu posso fazer...

Passou algum tempo até que alguém chegasse. Uma mulher parou no local marcado. Apresentou-se como Megan e pediu para que Philippe entrasse no carro. Sem pensar muito, o garoto obedeceu. Daiana entrou no carro um tanto desconfiada e ficou de prontidão a viagem inteira.

Quando chegaram ao parque não havia mais ninguém no local. Havia apenas algumas garrafas de bebida quebradas pelo chão manchadas de sangue. Philippe começou a Gritar por Evelyn pelo parque na esperança que ela o ouvisse. Mas foi Philippe que ouviu um latido fraco. Daiana correu em disparada e Philippe a seguiu. Megan corria um pouco atrás. Seu corpo já não era mais o de uma jovem. Hunter estava acordado e tentava escavar uma  um local onde a terra estava mexida. A pata baleada não ajudava muito, mas o animal não desistia, fuçava a terra e grunhia. Daiana começou a ajuda-lo logo que chegou no local. Philippe caiu de joelho e começou a revirar a terra.
- Por Deus... - Exclamou Megan quando percebeu o que havia acontecido. - Não adianta mais garoto... Philippe ignorava a mulher e continuou escavando a terra. A menina estava nua. Todo seu corpo estava coberto por areia, sangue e um outro liquido mais esbranquiçado e pegajoso. A areia era encharcada pelo sangue que vertia dos cortes e principalmente, dentre as pernas da garota.

Philippe caiu em prantos abraçado ao corpo da garota. Implorava aos céus com todas as suas forças para que Deus não a levasse.

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