Apresentação

A história que eu vou começar a contar não se refere apenas a uma garota crescida na terra das maçãs, tão pouco se restringe ao seu encontro com o mundo das fadas ou com o choque em ter que sobreviver em um mundo de concreto. A história não se resume apenas à sacerdotisas, druidas e guerreiros. Ela passeia pelos campos das macieiras, se perde em meio a unicórnios e deságua abrupta numa de uma cidade de asfalto e vidro.

Para que você possa entender melhor, vou começar com a noite em que nossa protagonista foi gerada. Poucas são as vezes em que esse detalhe se faz realmente importante, mas, nossa história é caprichosa e não se revela sem que se tenha paciência e delicadeza. Apressá-la poderia fazê-la se contorcer em um turbilhão ilegível de emoções. Então comecemos numa noite de festa. Celebremos o casamento entre o Deus e a Terra. Entre o Sol e a Lua. Entre o feminino e o masculino...

Nossa história começa nos pastos verdejantes, em meio a uma noute adiamantada e fogueiras espalhadas pelos campos. Homens e mulheres atraídos a participar da mesma dança que a terra. Uma terra recém fecundada cheia de sementes e brotos de vida. Assim é o beltane. A festividade dos celtas em que ascendem as fogueiras do deus belos, o senhos do fogo, e se consagra a terra à deusa. 

Para representar seus papeis, todo ano uma sacerdotisa e um sacerdote encenam com seu próprio corpo esse casamento entre a semente e a terra, entre o deus e a deusa. Dizem que no momento de união, já não são sacerdote e sacerdotisa, mas que o próprio deus e deusa em sua própria energia. Dizem, que a criança gerada nessa união possui habilidades incomuns, que nasce abençoada pelos deuses e que fatalmente se volta ao sacerdócio, como se os deuses o reclamassem para si. 

 Mas isso é o que dizem...

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Diario de Evelyn Gray conta a história de uma sacerdotiza criada na ilha de Avalon. Uma menina que chegou a morar no país das fadas e que depois sentiu a dura realidade do mundo moderno.


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